domingo, 16 de abril de 2023

Fitness & Muscle > O TREINAMENTO dos CAMPEÕES # 11

 Fitness & Muscle > O TREINAMENTO dos CAMPEÕES # 11


A maioria dos autores situa a chamada “Golden Era” entre os anos 1965 e 1975, notadamente em relação aos acontecimentos na Costa Oeste dos EUA e também pela grande popularidade do Mr. Universe NABBA, que até início dos anos 1970 era considerado o maior campeonato de bodybuilding do mundo. A maioria dos grandes atletas da época migrava anualmente para Londres em busca de reconhecimento, espaços no cinema, revistas e mídias em geral.



Em 1965 Joe Weider realizou o primeiro Mr. Olympia, tendo Larry Scott como vencedor que também levou o título no ano seguinte. Na sequência surgiu o “Mito” Sergio Oliva, que venceu em 1967, 68 e 69. Em 1970 entra em cena o fabuloso europeu Arnold Schwarzenegger, egresso da NABBA e tendo vencido por três vezes consecutivas o Mr. Universe Profissional era o que Joe Weider precisava para fazer o Mr. Olympia ganhar importância até se tornar a mais festejada competição mundial do bodybuilding profissional.

Naqueles anos a Califórnia era considerada o centro do bodybuilding mundial para onde muitos dos grandes fisiculturistas do mundo se dirigiam em busca de prestígio e reconhecimento.


Ainda não havia o apelo financeiro, mas os atletas da “West Coast” gozavam de grande respeito e admiração popular, sendo considerados os homens mais fortes e saudáveis do planeta.






OS GRANDES ATLETAS QUE MARCARAM ERA

Muitos dos atletas dessa época são admirados ainda hoje e tidos como símbolos da verdadeira essência do bodybuilding. Apresentaram os físicos mais impressionantes já vistos até então, com uma magnífica linha de cintura, ombros largos com o clássico shape em “V” acompanhado de grandes braços e muita força física, sendo que alguns competiam também no powerlifting e faziam demonstrações de força e resistência.

Bill Pearl, Sergio Oliva, Serge Nubret, Frank Zane, Arnold Schwarzenegger, Dave Draper, Larry Scott, Rick Wayne, Mike Mentzer, Boyer Coe, Bill Grant, entre outros tantos, ainda representam o ideal físico para muitos nos dias de hoje.




TREINAMENTO NA GOLDEN ERA

A proposta do presente artigo é abordar o treinamento destes atletas. Tendo iniciado no halterofilismo em 1958 e em 1963 instalado a minha própria academia ainda em funcionamento, fico bem à vontade para escrever sobre o tema por ter vivenciado a época através das revistas, livros e filmes, afinal, todos nós treinávamos e comíamos obedecendo a critérios semelhantes.

O alto volume de treinamento era normal, muitos e prolongados treinos, geralmente seis por semana, às vezes mais. Os locais mais fáceis de encontrar esse pessoal eram na academia treinando ou na cozinha preparando os seus alimentos, pois quase todos tinham excelente conhecimento de culinária.


Ao contrário dos dias de hoje, naquele tempo se treinava duas ou mais vezes por semana cada grupo muscular. Os fisiculturistas se encontravam na academia seis vezes por semana trabalhando pesado, com intervalos de descanso curtos entre as séries e exercícios, não havia telefones móveis nem internet, portanto o foco era total.

Cada qual encontrava uma forma pessoal para se adaptar ao duro treinamento, utilizando o próprio instinto para encontrar o melhor para si na busca de um corpo perfeito, estético, musculoso e forte. A busca pela saúde era à base da filosofia de vida comum a todos.

Como conseguiram construir seus físicos? É o que veremos a seguir:

DIVISÃO DOS GRUPOS MUSCULARES

TREINO 1:

Peito e Costas – Às vezes invertiam treinando costas antes. Também era usual treinar peito e costas em super-séries.

TREINO 2:

Ombros e Braços – Primeiro os deltoides, depois bíceps ou tríceps ou ainda, fazendo super-séries.

TREINO 3:

Pernas (coxas) – Era obrigatoriamente o dia de agachar pesado.

Reiniciavam os treinos na ordem acima sem dia de descanso, salvo no domingo, quando muitos estavam na praia em Santa Monica que em função disso recebeu o nome de “Muscle Beach”.


Mas alguns ainda buscavam a academia aos domingos para “reforçar” grupos musculares mais fracos, ou compensar treinos perdidos, afinal todos trabalhavam, estudavam e tinham seus outros compromissos. Nesse tempo apenas Arnold recebia um pequeno salario de Joe Weider, segundo Dave Draper.


Abdominais, panturrilhas, pescoço e trapézio, eram exercitados de 4 a 6 vezes por semana, conforme as necessidades. Muitos iniciavam o treinamento com os abdominais ou panturrilhas, de acordo com suas prioridades. Em seguida faziam os exercícios mais pesados e básicos ou multi-articulares. (já se sabia que estes eram mais importantes para a construção de força e grandes músculos), finalizavam cada treino com movimentos mais leves e isolados.




















Fitness & Muscle > O TREINAMENTO dos CAMPEÕES # 10 - DEPOIMENTO DO ARNOLD SCHWARZENEGGER

 


COMO EU CHEGUEI NOS 56 cm – BÍCEPS 

Por Arnold Schwarzenegger

Logo que me envolvi com a musculação, com 15 anos de idade, na Áustria, eu já tinha1,80 cm, mas pesava apenas 70 kg. Uma das coisas que eu tinha mais vergonha era o tamanho dos meus braços, principalmente depois de ver as fotos de vários atletas nas revistas americanas de musculação. Mas eu pensava que, se eles tinham conseguido desenvolver físicos como aqueles, eu também poderia. O primeiro momento em que eu vi as fotos de Reg Park na Muscle Builder, eu decidi que ele era definitivamente o melhor fisiculturista que eu precisava imitar. Meu plano era simples. Reg era enorme e musculoso, com braços fantásticos, eu precisava desenvolver um físico como aquele e também chegar ao Mister Universo, e quanto mais rápido melhor. Desenvolver braços, especialmente meus bíceps, tornaram-se um fator de grande importância. Eu tinha muita paixão, entusiasmo ilimitado para treinar e total confiança para conseguir meu objetivo. Mesmo na idade que eu tinha, eu já entendia o poder da visualização e do pensamento positivo. Na minha mente eu já tinha planejado toda a minha vida, e isso incluía desenvolver um físico como o de Reg Park, me tornando o melhor fisiculturista do mundo, morando na América, trabalhando no cinema e conseguindo dinheiro e fama. Ninguém conseguiria me impedir, a não ser eu mesmo, e isso não ia acontecer. Enquanto eu mantivesse uma atitude positiva, e me lembrasse do meu plano, tudo daria certo. Eliminei pensamentos negativos da minha mente e expressões como não posso e não consigo foram riscadas do meu vocabulário.


Meus braços ganharam o tamanho que eu quis porque eu nunca criei limites. Quando treinava meus bíceps eu não os via como carne e sangue, mas como montanhas. Eu fazia meus exercícios imaginando meus braços crescendo a todo momento. Essa visualização era essencial se eu quisesse ganhar o volume necessário para vencer o Mr. Olympia. Você precisa ter confiança na sua rotina, nos exercícios que escolheu para fazer, e no seu talento para desenvolvê-los.

 Quando treinava na Áustria e na Alemanha, antes de ir para a América, minha rotina consistia de 4 exercícios: rosca direta, rosca Zottman, rosca alternada com halteres (o favorito de Reg Park) e rosca concentrada. Tendo certeza que estava fazendo os melhores exercícios, eliminei qualquer dúvida ou sensações negativas que podia ter, treinando com muito mais entusiasmo e energia.

Quando cheguei à América, comecei a treinar na academia de Vince Gironda, e depois mudei para a Gold´s Gym.


 Todo mundo fazia rosca Scott na academia de Vince porque era o exercício que Larry Scott usava para desenvolver seus incríveis braços. Larry tinha vencido o Olympia duas vezes seguidas, e naturalmente eu também tentei esse exercício, mas nunca funcionaram bem para mim. Eu não eliminei totalmente a rosca Scott da minha rotina, mas só fazia de vez em quando, para acrescentar um estimulo extra.

Na verdade, já no final da minha carreira competitiva, eu passei a gostar mais desse movimento, mas sempre tive mais confiança na rosca direta e nas roscas com halteres. Quero dizer com isso que você precisa achar os exercícios que melhor te atendem e permanecer com eles. Franco Columbo tinha dificuldades em isolar seus bíceps quando fazia rosca direta. Seus poderosos deltóides acabavam gerando grande auxilio no exercício, impedindo que os bíceps fizessem o trabalho necessário.


 Ele teve que descobrir outros métodos para isolar esse grupo muscular. Isso também mostra que o que serve para um campeão pode não servir para outro. Talvez meus bíceps tenham se tornado meu melhor grupo, porque eu os treinei com mais frequência. Eu adorava a sensação do pump que acontecia. Quando comecei a treinar eu nem tinha noção da importância dos tríceps para o tamanho dos braços, e sempre priorizei os bíceps. Passava o dia contraindo meus braços. Essa prática me deu uma habilidade melhor para senti-los e controlá-los.

Como fisiculturista, você deve tentar erguer o peso, sentindo que o músculo faz todo o trabalho. Deve tentar manter o estresse e a tensão constantes no músculo, mantendo a mente em contato direto com o músculo trabalhado.

Eu costumava fazer rosca alternada com halteres de menos de 25 kg, e muitos colegas perguntavam por que eu não usava halteres mais pesados, já que eles mal tinham 45 cmde braço, e faziam esse exercício com halteres de 50 kg. O problema é que não conseguiam executar o movimento da forma correta, e não isolavam seus bíceps, acabando por utilizar outros grupos musculares para fazer o movimento. Quando o peso está muito pesado? Quando você tem a sensação de que o músculo principal não está trabalhando sozinho, e outros grupos começam a ajudar. Muitos iniciantes e intermediários pensam em “treinar da forma correta” e “treinar roubando” como conceitos muito claros, preto e branco. Mas não são. Todos os campeões utilizam o corpo todo enquanto treinam, o segredo é aprender a dosar essa ajuda nos seus exercícios. Quando eu queria fazer um treino mais pesado escolhia uma carga que só me permitisse 3 a 4 repetições e utilizava meu corpo todo para tentar executar 8 repetições.


Vá pela sensação. Que quantidade te dá o melhor pump no músculo? 50 kg em 10 repetições ou 70 kg em 6? Se você consegue fazer com 70 kg, 3 repetições de forma correta, e 3 roubando, não importa o peso, desde que seus bíceps estejam isolados. Mas vamos pensar que você consiga 80 kg em 2 repetições corretas e mais duas roubando, e perca a sensação do músculo trabalhado nessas duas últimas. Nesse caso, você deve reduzir as cargas. Na medida que sua técnica e força melhorem, você pode ir acrescentando mais peso aos exercícios.

Um dos grandes segredos está em saber treinar com o máximo de dedicação para conseguir o máximo de resultados. Não se consegue desenvolver braços grandes sem um treino duro e dedicado. Eu digo brutalmente duro. Cada série deve levar o músculo a completa exaustão e além, usando repetições forçadas, drop-sets e outros métodos.


Eu gostava de dividir minha rotina de bíceps em dois grupos distintos: um com movimentos corretos e outro utilizando “roubo”. Nos movimentos corretos, eu fazia com que meu braço ficasse em contato com alguma superfície, como na rosca concentrada, ou rosca Scott. Já no outro caso, isso não acontecia, no caso da rosca direta e da rosca alternada. Eu sempre preferi esses tipos de exercícios, dos movimentos livres.


Meus dois principais exercícios para ganhar massa eram a rosca direta (usando o roubo) e a rosca com halteres, no banco inclinado. Treinava duas vezes por semana, com cargas pesadas, 5 series de 6 a 10 repetições de cada. Já nos exercícios de qualidade, preferia rosca alternada com halteres e rosca concentrada, também com 5 séries de 6 a 10 repetições.


Esses 4 exercícios, normalmente, constituíam minha rotina de bíceps. Se os fizesse corretamente, não precisava de nenhum outro.

1. Rosca direta roubando: Esse era o meu principal. Usava mais peso que o normal para sobrecarregar os bíceps. Mas, você deve ter cuidado, para fazer com que o exercício seja mais difícil e não mais fácil. Qualquer um pode encher uma barra de peso e fazer movimento, usando o corpo todo para isso.


Aprender como executar a rosca direta dessa maneira leva algum tempo. Usava uma pegada na barra com uma largura um pouco maior que a dos meus ombros, tendo o cuidado de que na parte superior do movimento não deixar a barra descansar no ombro, para que os bíceps não perdessem a contração. Faça 1 x 10, 1 x 8, 2 x 6. Sua última série tem que ser a mais pesada, se puder arrume um parceiro para lhe ajudar.

2. Rosca inclinada com halteres: 


Nesse segundo exercício eu utilizava um banco inclinado, e o segredo aqui é conseguir a máxima extensão dos braços ao descer os halteres. Uma regra básica é que quanto mais o músculo for alongado no início do movimento, maior pode ser a contração no final. Faça 5 séries de 8 a 10 repetições.

3. Rosca alternada com halteres: 



Esse é um grande exercício para os bíceps, que permite isolar com eficiência esse grupo muscular. Faça sempre supinando os pulsos, aumentando a contração do músculo. Lembre-se, somente os antebraços se movimentam. Procure manter os bíceps colados ao lado do tronco.

4. Rosca concentrada com halteres:


 Esse exercício é fantástico para dar a forma de picos ao bíceps. Muitas pessoas fazem sua rosca concentrada sentadas em um banco, ou apoiando o braço nos joelhos, eu prefiro a forma livre, sem apoiar o braço em nada, mas mantendo sempre a forma correta. Faça 5 series de 10 a 12 repetições com cada braço.


TRÍCEPS –


Meus tríceps demoraram muito tempo para alcançarem o mesmo nível dos bíceps. Eu simplesmente negligenciava o treino desse grupo muscular nos primeiros anos de treinamento, por pura ignorância. Eu não entendia que dois terços da massa da parte superior dos braços são consequência de tríceps bem desenvolvidos. Mesmo quando venci meu segundo Mr. Universo pela NABBA, em 1968, meus tríceps ainda estavam muito atrás dos bíceps. O choque de ser derrotado por Frank Zane, no Olympia naquele mesmo ano, me acordou.

Somente depois de ter me mudado para a Califórnia, é que resolvi treinar os tríceps com seriedade, sempre fazendo o dobro de séries de tríceps, em comparação ao que fazia para os bíceps. Eu queria parar com os rumores de meus adversários que diziam que o Arnold não tinha tríceps.

Logo aprendi que é preciso ter cuidado com o treino voltado para os tríceps, evitando o uso de muito peso nos exercícios. Claro que no caso de paralelas e supinos fechados, você pode carregar nos pesos, mas nos exercícios de extensão, como a rosca francesa, o uso de muito peso pode lesionar os cotovelos.


Mesmo na extensão em pé, com o uso de uma máquina de cabos, o uso de cargas elevadas podem exigir mais força dos deltóides, peitoral, antebraços e até abdominais, deixando de isolar corretamente os tríceps.

Existe uma linha fina que diferencia o treino pesado, do treino muito pesado. Você precisa aprender a treinar direito, sem ultrapassar essa linha.

Eu consegui melhores resultados com grandes números de repetições, mais do que para os bíceps

. Enquanto tive ótimos ganhos com reps entre 6 e 10 para os bíceps, com os tríceps mantive esse número entre 10 e 20. O único exercício em que aumentei ainda mais esse número foi no mergulho entre bancos, simulando a paralela, só que bem mais fácil.

Esse é um grande exercício para terminar a rotina, dando um ótimo pump na musculatura.

Você precisa se lembrar que o tríceps é composto por três cabeças distintas.


E você não consegue desenvolver todas essas partes com apenas um ou dois exercícios. É necessário que você use uma variedade de exercícios, com movimentos que isolem o músculo, para conseguir o máximo de desenvolvimento.

Enquanto eu raramente mudava os exercícios da minha série de bíceps, para os tríceps eu sempre usei uma grande variedade de exercícios.

Os que mais gosto são extensão, mas usando uma barra fixa, semelhante ao movimento da Francesa, extensão com halteres, paralelas, rosca Francesa e supino fechado. Escolhia 5 exercícios para cada dia de treino, com 6 séries para cada.

Outra dúvida. Travar ou não os cotovelos? Essa pode ser uma escolha pessoal.


Pessoalmente, sempre tive melhores resultados sem travar os cotovelos no fim de cada movimento, no caso das extensões, supino fechado e paralelas. Já no kickback (extensão para trás com halteres) e extensão em pé com cabos, eu costumava travar os cotovelos.

Eu sempre mudava minha rotina de tríceps, mas esse é um exemplo de como eu treinava. Primeiro aquecia e alongava os braços. Usava alguma barra fixa horizontal, presa à parede, segurava na barra, na largura dos ombros, e descia o tronco, fazendo um movimento similar a da rosca Francesa com os braços, e ao sentir que começava a ficar aquecido, mudava o movimento para o semelhante ao do supino fechado, empurrando e voltando o tronco em direção à barra. Geralmente fazia de 3 a 5 séries de 15 a 20 repetições. Depois partia para a extensão em pé, no cabo.


Fazia 2 a 3 séries de 20 reps, com uma carga de peso moderada. Mantinha meus braços juntos ao meu tronco, e sempre depois de completar as 20 reps, ainda fazia mais 6 reps parciais, descendo do início do movimento até a altura da metade do peito, e algumas vezes mudava, indo da metade do movimento, até embaixo, na parte final, contraindo os tríceps. Outras vezes eu mudava a barra, para conseguir uma pegada mais larga, e tentar outro tipo de estímulo. Isso tudo dependia do que eu achasse que era necessário, trabalhar mais a parte superior, ou a inferior dos tríceps. Em seguida eu partia para a rosca Francesa, mas sentado, e não deitado, com 5 séries de 12 repetições. Usava a barra W, e sempre tentado manter a execução o mais correta possível, tendo o cuidado de deixar os cotovelos sempre apontando para o teto da academia. Descia a barra para trás lentamente até embaixo, até que sentisse que os tríceps estavam totalmente alongados, e depois retornava para a posição inicial, mas sem travar os cotovelos. Depois era a ver da extensão unilateral com halteres, mantendo o cotovelo junto a lateral da cabeça. Desça o braço até alongar o músculo, e retorne sem travar os cotovelos. 5 séries de 12 reps para cada braço. Para finalizar, fazia o mergulho entre bancos. Esse exercício causava uma grande sensação de pump.

Algumas vezes eu pedia a algum amigo para colocar pesos sobre minhas pernas, e quando eu chegava à exaustão, os pesos eram removidos, e eu continuava o movimento até não aguentar mais. Costumava fazer 5 séries de 20 a 30 repetições. Essa era uma de minhas rotinas básicas. Se eu sentisse a necessidade de mais treino, tentava mais 5 séries de algum tipo de extensão. Algumas pessoas podem dizer que isso era muito, mas como sempre tratei cada parte do músculo como se fosse um músculo independente, essa quantidade de séries era necessária.

ANTEBRAÇOS –


Nenhum artigo sobre treino de braços pode ser completo sem falar de antebraços.

Algumas pessoas tem a sorte de responderem bem a séries específicas para essa parte dos braços, que crescem apenas com o esforço para segurar a barra ou halteres em um determinado exercício. Eu não tinha essa sorte.

Assim como meus tríceps, eu não me importava com treinos para essa região.

Meus antebraços não eram pequenos, mas eram desproporcionais ao desenvolvimento da parte superior dos braços. Quando cheguei na América, e vi os incríveis antebraços de Sergio Oliva, Chuck Sipes, Bill Pearl, Larry Scott e Dave Draper, comecei a tentar rotinas para trabalhar esse músculos.

Minha rotina era baseada em rosca para o pulso e rosca direta inversa, com 5 séries para cada exercício. Fazia todos os dias, seis vezes por semana. Algumas vezes utilizava super-sets para aumentar a intensidade.


Depois de alguns anos, passei a dividir essa rotina de antebraços da seguinte maneira: segundas, quartas e sextas, fazia a rosca para os pulso, deixando a barra rolar até a ponta dos dedos, e depois voltando a posição inicial, 5 séries de 10 a 15 reps, e em seguida repetia o exercício com halteres, um braço de cada vez, 5 séries de 10 a 12 reps. Nas terças, quintas e sábados, fazia a rosca direta invertida, com 5 séries de 10 a 12 reps, seguida de roca inversa no banco Scott, e novamente mais 5 séries de 10 a 12 reps. Essa era a rotina preferida por Dave Draper, conhecido pelos fantásticos antebraços.

Eu seguia esses métodos por metade do ano, enquanto estava em off-season, e treinava duas vezes por dia. Para terminar, não coloque limites no seu treino. Não acredite que só porque seus pulsos tem uma determinada medida, isso quer dizer que você não pode conseguir desenvolver braços poderosos.


Serge Nubret tinha pulsos finos, e consegui um excelente ganho de musculatura nos braços.

Imagine seus braços do tamanho que deseja. E treine como um animal para conseguir chegar no seu objetivo.


Você pode estar se perguntando, por que falar disso se o objetivo desse artigo é sobre treino de braços.


Eu te digo porque: a menos que você entenda o poder da mente em desenvolver seus músculos, você não terá sucesso. A mente controla o corpo, e não ao contrário.