Amaioria dos autores situa a chamada “Golden Era” entre os
anos 1965 e 1975, notadamente em relação aos acontecimentos na Costa Oeste dos
EUA e também pela grande popularidade do Mr. Universe NABBA, que até início dos
anos 1970 era considerado o maior campeonato de bodybuilding do mundo. A maioria
dos grandes atletas da época migrava anualmente para Londres em busca de
reconhecimento, espaços no cinema, revistas e mídias em geral.
Em 1965 Joe Weider realizou o primeiro Mr. Olympia, tendo
Larry Scott como vencedor que também levou o título no ano seguinte. Na
sequência surgiu o “Mito” Sergio Oliva, que venceu em 1967, 68 e 69. Em 1970
entra em cena o fabuloso europeu Arnold Schwarzenegger, egresso da NABBA e
tendo vencido por três vezes consecutivas o Mr. Universe Profissional era o que
Joe Weider precisava para fazer o Mr. Olympia ganhar importância até se tornar
a mais festejada competição mundial do bodybuilding profissional.
Naqueles anos a Califórnia era considerada o centro do
bodybuilding mundial para onde muitos dos grandes fisiculturistas do mundo se
dirigiam em busca de prestígio e reconhecimento.
Ainda não havia o apelo financeiro, mas os atletas da “West
Coast” gozavam de grande respeito e admiração popular, sendo considerados os
homens mais fortes e saudáveis do planeta.
OS GRANDES ATLETAS QUE MARCARAM ERA
Muitos dos atletas dessa época são admirados ainda hoje e
tidos como símbolos da verdadeira essência do bodybuilding. Apresentaram os
físicos mais impressionantes já vistos até então, com uma magnífica linha de
cintura, ombros largos com o clássico shape em “V” acompanhado de grandes
braços e muita força física, sendo que alguns competiam também no powerlifting
e faziam demonstrações de força e resistência.
Bill Pearl, Sergio Oliva, Serge Nubret, Frank Zane, Arnold
Schwarzenegger, Dave Draper, Larry Scott, Rick Wayne, Mike Mentzer, Boyer Coe,
Bill Grant, entre outros tantos, ainda representam o ideal físico para muitos
nos dias de hoje.
TREINAMENTO NA GOLDEN ERA
A proposta do presente artigo é abordar o treinamento destes
atletas. Tendo iniciado no halterofilismo em 1958 e em 1963 instalado a minha
própria academia ainda em funcionamento, fico bem à vontade para escrever sobre
o tema por ter vivenciado a época através das revistas, livros e filmes,
afinal, todos nós treinávamos e comíamos obedecendo a critérios semelhantes.
O alto volume de treinamento era normal, muitos e
prolongados treinos, geralmente seis por semana, às vezes mais. Os locais mais
fáceis de encontrar esse pessoal eram na academia treinando ou na cozinha
preparando os seus alimentos, pois quase todos tinham excelente conhecimento de
culinária.
Ao contrário dos dias de hoje, naquele tempo se treinava
duas ou mais vezes por semana cada grupo muscular. Os fisiculturistas se
encontravam na academia seis vezes por semana trabalhando pesado, com
intervalos de descanso curtos entre as séries e exercícios, não havia telefones
móveis nem internet, portanto o foco era total.
Cada qual encontrava uma forma pessoal para se adaptar ao
duro treinamento, utilizando o próprio instinto para encontrar o melhor para si
na busca de um corpo perfeito, estético, musculoso e forte. A busca pela saúde
era à base da filosofia de vida comum a todos.
Como conseguiram construir seus físicos? É o que veremos a
seguir:
DIVISÃO DOS GRUPOS MUSCULARES
TREINO 1:
Peito e Costas – Às vezes invertiam treinando costas antes.
Também era usual treinar peito e costas em super-séries.
TREINO 2:
Ombros e Braços – Primeiro os deltoides, depois bíceps ou
tríceps ou ainda, fazendo super-séries.
TREINO 3:
Pernas (coxas) – Era obrigatoriamente o dia de agachar
pesado.
Reiniciavam os treinos na ordem acima sem dia de descanso,
salvo no domingo, quando muitos estavam na praia em Santa Monica que em função
disso recebeu o nome de “Muscle Beach”.
Mas alguns ainda buscavam a academia aos domingos para
“reforçar” grupos musculares mais fracos, ou compensar treinos perdidos, afinal
todos trabalhavam, estudavam e tinham seus outros compromissos. Nesse tempo
apenas Arnold recebia um pequeno salario de Joe Weider, segundo Dave Draper.
Abdominais, panturrilhas, pescoço e trapézio, eram
exercitados de 4 a 6 vezes por semana, conforme as necessidades. Muitos
iniciavam o treinamento com os abdominais ou panturrilhas, de acordo com suas
prioridades. Em seguida faziam os exercícios mais pesados e básicos ou
multi-articulares. (já se sabia que estes eram mais importantes para a
construção de força e grandes músculos), finalizavam cada treino com movimentos
mais leves e isolados.
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