As exigências intensas da competição mundial exigem o máximo da
musculatura.
O novo campeão mundial amador de fisiculturismo apostou muito em seus
deltoides e conta como os trabalhou.
DELTOIDE –O MÚSCULODECISIVO DO TÍTULO
Por Ken Waller, estrela da Weider e MR. UNIVERSE 1975, conforme
contado a Joe Weider, da revista The Muscle Builder
Fotografia de Art Zeller
“Acho que uma das principais razões pelas quais ganhei o título de
Mr. Universe em Pretória foi o fato de eu ter bons ombros. Se eles fossem
inferiores, eu teria tido sérios problemas contra atletas como Roger Walker, da
Austrália, e Paul Grant, do País de Gales. Ambos tinham ombros espetaculares.
Walker era largo e espesso, e as costas superiores e os deltoides de Grant eram
suficientes para causar arrepios.”
Felizmente, sempre gostei de treinar ombros. Sempre foi meu grupo muscular favorito. Na faculdade, quando jogava futebol americano, eles eram uma necessidade. Lembro que, no segundo ano, eu conseguia fazer desenvolvimento em pé com 300 libras, o que era 50 libras a mais do que meu supino. Sempre fui forte e gostava de lidar com pesos pesados. Meus deltoides frontais ficaram enormes.
“Eu faço o incomum — como trocar minha rotina de deltoides durante o
próprio treino.”
Meu primeiro impulso foi fazer remadas curvadas pesadas. Parecia o movimento perfeito para os deltoides posteriores, e eu gostava da ideia de trabalhar com muito peso. No entanto, não funcionou dessa forma. Foi difícil acreditar nisso depois de ter feito tanto pelos deltoides frontais com desenvolvimentos pesados. A remada parecia o movimento oposto perfeito.
Aprendi que precisava isolar o deltoide posterior. Sempre achei que
só fosse necessário isolar a cabeça lateral do deltoide. Isso mudou
completamente minha visão.
Comecei a trabalhar com cabos. Os deltoides posteriores e laterais responderam muito bem. Eu conseguia direcionar o esforço exatamente onde queria, na altura do ombro. As remadas ativavam braços, dorsais e outras partes que eu não precisava para os deltoides. Nos últimos quatro ou cinco anos, desde que passei a usar movimentos com cabos, consegui equilibrar o desenvolvimento dos meus ombros. Ainda gosto de fazer desenvolvimentos, mas não os forço como antes. Agora, a maior parte do meu trabalho de ombros é direcionada aos deltoides laterais e posteriores.
Quando eu estava lá em cima posando no Campeonato de Pretória, eu
estava extremamente consciente dos meus deltoides. Sabia que eles eram grandes
e bem desenvolvidos, e era fácil encaixá-los em todas as poses. Eles me davam
confiança. Eu vinha fazendo 30 séries para os ombros, muitas delas superséries
duras e bem isoladas.
Eu também vinha fazendo muito treinamento isolado. Na preparação para o campeonato da África, treinei na Mickey’s Gym, um lugar um pouco afastado, em Inglewood, a vários quilômetros da Gold’s Gym.
CRUCIFIXO NO PULLEY
O Mr. Universe IFBB de 1975, Ken Waller, apresenta deltoides
massivos e bíceps no auge, fluindo juntos de forma majestosa e robusta como
qualquer cadeia de montanhas espetacular.
Quando cheguei à Califórnia, onde toda a ação do fisiculturismo acontecia, percebi que meus ombros estavam apenas pela metade do desenvolvimento ideal. Joe Weider percebeu isso imediatamente e sugeriu trabalho para os deltoides posteriores. Arnold disse a mesma coisa.
Em Venice, onde todo mundo estava competindo pesado, como ninguém
tinha me visto, corria o boato de que eu chegaria gordo e sem definição no Mr.
Universe. Chegaram até a apostar dinheiro que eu não venceria. Hoje em dia,
essa não é uma boa ideia. Por sorte, aprendi uma coisa ou duas sobre como
entrar em forma nos últimos anos. E, desta vez, não tive dificuldade alguma em
levar meus deltoides exatamente para onde eu queria.
SUPER SÉRIE Nº 1
DESENVOLVIMENTO FRONTAL COM BARRA
ELEVAÇÃO LATERAL NO CABO
Quando começo minha rotina de deltoides agora, eu…
Então faço ou o desenvolvimento em pé ou o desenvolvimento sentado na máquina. Eu os executo pela frente. Os desenvolvimentos por trás da nuca não funcionam bem para mim, então eu os eliminei. Talvez seja porque gosto de usar bastante peso nos desenvolvimentos. Quando faço por trás da nuca, meu pescoço e minhas costas doem, e eu não consigo virar a cabeça.
Junto com o desenvolvimento frontal, faço elevações laterais retas com
cabo. Faço um superset desses dois exercícios, quatro séries de 12 repetições
cada. O cabo isola o trabalho no deltóide lateral. Elevo as mãos até a altura
das orelhas, mantendo os cotovelos altos também.
enquanto os deltóides laterais e posteriores auxiliam. Faço quatro séries de 12 repetições em cada um desses dois exercícios.
ELEVAÇÕES LATERAIS RÍGIDAS COM HALTERES
Como quinto exercício, faço quatro séries de elevações laterais estritas
com halteres, com os polegares para cima, 12 repetições cada.
Até agora, já fiz 20 séries, mas agora preciso incluir mais trabalho para o deltóide posterior. Com a testa apoiada no banco, faço elevações laterais inclinadas com halteres, que isolam quase completamente os deltóides posteriores. Novamente, faço quatro séries de 12 repetições.
ELEVAÇÃO DO DELTÓIDE POSTERIOR NO CABO
Continuo trabalhando os deltóides posteriores fazendo elevações laterais
inclinadas com o cabo, usando um braço de cada vez. Esse exercício me dá uma
ótima amplitude de movimento. Posso puxar bem para trás, mantendo o braço
perpendicular ao corpo, naturalmente, com o tronco inclinado para frente.
Quatro séries de 12 repetições, alternando sem parar, atingem muito bem os
deltóides posteriores.
SUPERSET Nº 2
ELEVAÇÃO LATERAL SENTADO
ELEVAÇÃO INCLINADA PARA FRENTE
Em seguida, faço um superset com dois exercícios diferentes com
halteres. Um deles é a elevação lateral sentada. Inclino-me levemente para
frente e, com os braços ligeiramente flexionados nos cotovelos, elevo os
halteres até a altura das orelhas, girando os polegares para baixo em um
movimento como se estivesse despejando líquido, e concentro o esforço no
deltóide posterior.
Faço o superset com um movimento para o trapézio, sentado, usando halteres. Inclino-me bastante para frente e elevo os halteres lateralmente o mais alto possível, sentindo a contração no trapézio.
CRUZAMENTOS SENTADOS NO PULLEY
Em seguida, faço cruzamentos sentados com os cabos. Com os cabos vindo de
um ângulo baixo, é possível ver como os deltóides anteriores recebem a maior
parte do trabalho, em vez dos peitorais. Faço quatro séries de 12 repetições, o
mesmo que em todos os exercícios de deltóide. Este exercício e o…
Eu faço meus desenvolvimentos com halteres de forma simples e natural, sem tentar posições estranhas. Empurro até a extensão total dos braços, encostando os halteres no topo do movimento. Também gosto de fazê-los com um braço só, especialmente quando posso estar com alguma dor crônica nos ombros. Consigo manipular um único halter de modo que não sinta nenhuma dor ao pressionar.
Gosto de
finalizar minha rotina de ombros com cabos. Se já fiz bastante desenvolvimento,
puxadas altas e elevações laterais inclinadas com halteres, termino com duas
séries de elevação inclinada nos cabos, duas séries de elevação sentada nos
cabos e duas séries de cruzamento nos cabos. Como você pode ver, os três
movimentos com cabos trabalham todo o deltoide.
Eu começo
a rotina de ombros com desenvolvimentos frontais como aquecimento. Esse
movimento não isola as áreas do deltoide como os cabos fazem, e há menos chance
de uma distensão repentina. Consigo trabalhar de forma mais eficaz com cabos
quando os deltoides estão completamente aquecidos.
Quando
cheguei à África do Sul para o concurso Mr. Universe, eu havia reduzido minha
região abdominal praticamente a zero, o que levou os prognosticadores a
entoarem pesadas previsões de desastre. Cheguei no limite, faminto, com sede e
extremamente definido. Estava exatamente do jeito que queria. E os deltoides
não diminuíram nem um pouco. Estavam cortados e grandes. Eu sabia que iria
precisar deles, e por isso os treinei. Você precisa estar preparado para as
decisões em morte súbita desses grandes campeonatos.
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