quarta-feira, 16 de abril de 2025

Definindo musculação

 

Definindo musculação


    Podemos dizer que musculação é o termo mais usado para designar o treinamento com pesos, sendo assim a musculação não pode ser caracterizada como uma modalidade esportiva, mas sim como uma forma de treinamento.

Segundo Pereira (2005), a musculação é uma prática sustentada nos princípios de treinamento com pesos e é um mecanismo mais eficiente na indução de respostas fisiológicas ao exercício.

    Musculação significa estritamente aumento de massa muscular. Como este objetivo é mais facilmente obtido por meio de exercícios resistidos, o termo costuma ser utilizado para designar o próprio treinamento com pesos (MOTA E COLS, 2003).

    Musculação é o conjunto de ações musculares, conjunto de exercícios de ginásticas destinados a desenvolver e fortalecer os músculos do corpo (FERREIRA, 1999).

    Para Lorete (2005) ”a musculação é uma atividade que consiste em trabalhar a musculatura corporal, realizando exercícios contra uma resistência que pode ser empregada das mais variadas formas, como uma carga num halter ou em uma barra longa, em um aparelho com baterias de placas, tensores elásticos, aparelhos de ar comprimido, ou simplesmente contra a força da gravidade”.


    Para Maestá e cols (2000) a musculação é um treinamento com pesos, onde são feitos exercícios contra resistência ou resistidos, e também é considerada a atividade física mais eficiente para a modificação da composição corporal pelo aumento da massa muscular.

    Godoy (1994) citado por Viana (2002) cita que a musculação é uma atividade física desenvolvida através de exercícios analíticos, que utilizam a resistência progressiva fornecida por recursos materiais, como a dos halteres, barras, anilhas, aglomerados, módulos, extensores, peças lastradas, ou ate mesmo o próprio corpo.

Histórico da musculação

    Historicamente a musculação apresenta-se como uma das práticas físicas mais antigas do mundo, já que existem relatos históricos datados do início dos tempos que confirmam o exercício de ginástica com peso (COSTA, 2004).

    Com o passar do tempo à musculação vem tomando novas formas e a sua evolução histórica vem trazendo cada vez mais adeptos a sua prática.


    A musculação durante a sua história sempre foi uma atividade envolvida por mitos e muito de empirismo, ficando muitas vezes reservada apenas para atletas de levantamento de peso e fisiculturistas. Atualmente com os diversos estudos científicos realizados, a musculação atravessa uma fase evolutiva em sua história, sendo considerada como um importante meio de obtenção de benefícios que proporcionam melhorias significativas na qualidade de vida daqueles que a praticam (COSTA, 2004).

    Para tomar a forma que se tem hoje à musculação durante


sua historia foi desenvolvida de varias formas diferentes, mas todas visando o mesmo objetivo dos tempos modernos que é o levantamento de peso.

    Costa (2004), utilizando alguns autores explica como a prática da musculação se desenvolveu. A história mais conhecida, data da época da Grécia antiga, quando Milon de Creton, cidadão grego, iniciou seu treinamento levantando um pequeno bezerro nas costas.


    À medida que o bezerro ia crescendo provocava sobrecarga ao organismo daquele que estava treinando, acarretando adaptações orgânicas que permitiu ao mesmo suportar aquela nova carga que lhe era imposta a cada dia. Acredita-se que este treinamento foi o método originário do principio da sobrecarga.

    Devido ao histórico apresentado pela musculação pode-se observar que quando ela começou a ser praticada e até mesmo no decorrer de sua historia essas prática era meramente para o ganho de força e massa e hoje esses mesmos objetivos são alcançados só que de forma diferenciada e adaptada para os idosos.


Caracterizando o idoso e sua situação nacional e mundial

    Muito se fala sobre o aumento da população idosa em todo mundo e a expectativa de vida tem aumentado muito nos últimos anos. No Brasil a população era considerada jovem, mas devido algumas modificações essa situação hoje é um pouco diferente, pois a população idosa ocupa mais de 20%do total da população, e pode-se dizer que em 2025 o Brasil poderá ter a sexta população mais idosa do mundo.

    No Brasil a população da terceira idade vem aumentando com o passar dos anos, atualmente a expectativa de vida é de 67 anos, em 2025 poderá chegar aos 74 anos. Devido a esse fato o Brasil já tem instituições preocupadas com essa população que procuram orientar esse grupo a envelhecer com qualidade de vida, pois muitas são as limitações decorrentes da idade.

    Costa (2004) citam que o envelhecimento está associado a uma variedade de limitações físicas e psicológicas, em conseqüência disso torna-se difícil para estes indivíduos desempenharem certas ações tornando-os incapacitados para a realização de atividades físicas prejudicando assim sua qualidade de vida.

    Para Aquiné e cols (2002), muitas modificações ocorrem com o envelhecimento fazendo com que o organismo funcione de forma diferenciada, o corpo torna-se menos flexível os movimentos são mais lentos com perda da agilidade, as articulações vão perdendo a mobilidade e elasticidade, os ossos ficam mais fracos, ocorre uma deterioração do aparelho bronco-pulmonar, com comprometimento de todo o sistema respiratório, o aparelho cardiovascular também diminui sua capacidade, causando várias alterações fazendo que o individuo sinta-se mais limitado.

    Para Aquiné e cols (2002) a aceitação da velhice é essencial para melhorar a qualidade de vida, pois através delas ele pode procurar formas de reaprender a viver.


    Alves e cols (2004) citam que o envelhecimento é um processo inexorável aos seres vivos e conduz a uma perda progressiva das aptidões funcionais do organismo. Desta forma aumentando o risco do sedentarismo, e essas alterações nos domínios biopsicossociais põem em risco a qualidade de vida do idoso por limitar sua capacidade para realizar suas atividades de rotina, gerando conflitos internos e externos de grandes proporções.

Benefícios da musculação associados à terceira idade

    A musculação recebe atualmente um destaque especial, principalmente em decorrência da evolução científica que apresentou nas últimas décadas com a publicação de pesquisas e artigos sobre seus benefícios e segurança na prática (PONTES, 2003, citado por COSTA 2004).


    Apesar de tantos outros benefícios proporcionados pela musculação ainda percebe-se que a maior parte do publico que a prática tem finalidades estéticas.

    No ambiente estético, a musculação objetiva moldar as formas do corpo enfatizando um trabalho de aumento do volume muscular e de obtenção da simetria corporal. Tudo isso deve ser realizado dentro dos limites da normalidade, respeitando-se todos os princípios do treinamento físico com um destaque maior sobre o princípio da individualidade biológica (BARBANTII, 1990, citado por COSTA,2004).

    Para Costa (2004), os principais benefícios proporcionados pela musculação com fins estéticos é que a musculação auxilia na melhora da qualidade de vida dos praticantes gerando assim um aumento da massa corporal metabolicamente ativa e uma melhora significativa da auto-estima.


    Costa (2004), afirma ainda que os benefícios da musculação vão muito além da estética, a prática da musculação ajuda na diminuição do estresse, aumenta a interação social, combate o sedentarismo, a aterosclerose, controla a hipertensão  arterial, obesidade, diabetes mellitus, osteoporose entre outros.

    Para Mota e cols. (2003), musculação é um método efetivo para o desenvolvimento músculo-esquelético. Sua prescrição é voltada para o desenvolvimento da aptidão física, favorecimento da saúde e a prevenção e reabilitação de lesões ortopédicas.


    Lorete (2005) verificou em seu estudo que as atividades de musculação são um produto dos resultados estéticos, que levam a benefícios relativos como a saúde, bem estar e auto-estima.


Considerações finais

    Pode-se identificar que no inicio a musculação não era uma prática direcionada para idosos, mas com o passar dos anos essa situação foi substituída e com algumas modificações hoje ela é aconselhada principalmente por fortalecer a musculatura, pois ao envelhecer-se ganha-se gordura e há uma perda muito grande de massa muscular.

    Assim sendo é possível verificar que através da musculação o idoso se torna mais independe para realizar tarefas e através dessa independência ele envelhecerá melhor tanto fisicamente como mentalmente contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida.

Referências bibliográficas

·         ALVES, Roseane Victor; MOTA, Jorge; COSTA, Manoel da Cunha; ALVES, João Guilherme Bezerra. Aptidão física relacionada à saúde de idosos: influência da hidroginástica, In: Rev Bras Med Esporte, Vol. 10, Nº 1 – Jan/Fev, 2004.

·         AQUINÉ, Silvie Nascimento et al. Atividades Físicas e Culturais para 3ª idade, IN: Revista Mineira de Educação Física, Universidade Federal de Viçosa – departamento de educação física, vol 10, 2002.

·         COSTA, Allan Jose silva da. Musculação e qualidade de vida. In Revista Virtual EFArtigos. Vol. 02, nº03 Natal, 2004. disponível emhttp//:www.efartigos.hpg.com.br ,acessado em 19 de novembro de 2005 às 15:30.

·         FERREIRA, A. B. de Holanda. Novo Aurélio século XXI. O Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1999.

·         IRIATR, Jorge Alberto Bernstein; ANDRADE, Tarcísio Matos de. Musculação, uso de esteroides annabolizantes e percepção de risco entre jovens fisiculturistas de um bairro popular de Salvador, Bahia, Brasil. In: Cad. Saúde Publica, Rio de Janeiro, 18(5):1379 -1387, set-out, 2002.

·         LORETE, Raphael. Musculação é Coisa Seria. 2005. Disponível em http://www.saudenarede.com.br, acessado em 25/03/2006.

·         MAESTÁ, Nailza; CYRINO, Edílson Serpeloni; JUNIOR, Nelson Nardo; MORELLI, Monica Yara Gabriel; SOBRINHO, Jose Maria Santarem; BURINI, Roberto Carlos. Antropometría de atletas culturistas em relação á referencia populacional. In: Rev. Nutr. Campinas, 13(2): 135-141, 2000.

·         MOTA, Marcio R.; LAMONIER, Jose Antonio; GUERRA, Ronaldo; AMERICO, Jose; HENRIQUE, Paulo. Musculação e Ginástica Laboral na Melhoria da Saúde e Qualidade de vida. Artigo de Pós-graduação em Musculação e treinamento de Força – UNIVERSIDADE GAMA FILHO – UGF, Brasília-DF, 2003.

·         PEREIRA, Julimar Luiz, SOUZA, Elizabeth Ferreira de; MAZZUCO, Mario André . Adaptações Fisiológicas ao Trabalho de Musculaçao. In: Revista Virtual EF Artigos. Vol: 03 Nº 09 Natal –RN, 2005.

·         VERDERI, Érika. A questão do envelhecimento para que esta envelhecendo, 2002. disponível em Pep- programa de Educação Postural.

·         VIANNA, Jéferson Macedo. Musculação-conceitos. 2002 Disponível em: http://www.saudeemovimento.com.br.

Por que me suplementar? - O uso de complementos nutricionais pode melhorar a qualidade de vida

 

Por que me suplementar?

O uso de complementos nutricionais pode melhorar a qualidade de vida 

Sempre existiu um mito de que suplementos alimentares eram similares a anabolizantes. Até alguns anos atrás, quando não havia tantas academias e lojas de suplementos o preconceito era ainda maior.

Os suplementos alimentares não chegam nem perto de ser algum tipo de anabolizantes, a suplementação surgiu nos Estados Unidosnos anos 70 visando aumentar a qualidade de vida, tendo como sua  principal finalidade a prevenção de doenças e complementação alimentar, que ainda se encontra muito deficiente.

Através de uma boa suplementação as pessoas poderiam melhorar de forma significativa o seu estilo de vida, como explica a nutricionista Marialda Gouvêa: “Sempre fui a favor do uso de suplementação, não só para atletas, mas para quem não tem tempo de se alimentar direito, para pessoas anêmicas e para quem está começando a praticar atividades físicas”.




Também tem caso de pessoas que não conseguem se alimentar direito por conta da correria do dia-a-dia ou faz uso da suplementação para aumentar o rendimento nos esportes, como é o caso do praticante de musculação e publicitário Cleber Zurita. “A suplementação ajuda no rendimento, qualidade e até mesmo na recuperação muscular depois de um dia de treino na academia, além disso, também me suplemento quando não tenho tempo de almoçar ou jantar direito”, diz.

Mas não pense que só existe um tipo de suplemento, são milhares de tipos e marcas, cada um com sua finalidade, por isso não adianta querer comprar tudo que ver nas lojas de suplementos achando que tudo lhe trará bons resultados. “A pessoa deve se consultar com um nutricionista antes de se suplementar para saber qual é sua real necessidade, não é tomando qualquer um e de qualquer jeito que se vai obter resultados”, completa a Dra. Marialda.


O medo de muitos consumidores da suplementação ou de quem vai começar a consumir é o medo de engordar com alguns produtos. De forma nenhuma a suplementação engorda desde que, usada de uma forma adequada e bem direcionada ao seu treinamento ou estilo de vida, então antes de comprar qualquer suplemento se consulte com algum nutricionista.

 

O DANO DOS ANABOLIZANTES - Pesquisa inédita revela que essas substâncias degeneram a saúde do coração, do cérebro e elevam o risco de morte súbita.

 

O DANO DOS ANABOLIZANTES

 



Pesquisa inédita revela que essas substâncias degeneram a saúde do coração, do cérebro e elevam o risco de morte súbita.


Pela primeira vez, a medicina conseguiu descrever o impacto provocado pelo uso de esteroides anabolizantes no coração e no cérebro. Em um estudo que teve duração de quatro anos, a cardiologista Janieire Alves, da Unidade de Reabilitação Cardíaca e Fisiologia do Exercício do Instituto do Coração, de São Paulo, avaliou 40 homens com idades entre 18 e 40 anos que assumidamente se automedicavam com doses regulares dessas substâncias havia dois anos. Essas drogas imitam o hormônio masculino testosterona e são usadas com a finalidade de aumentar a massa muscular e reduzir a fadiga.



Os prejuízos ao corpo são impressionantes. “Os usuários apresentam um risco cinco vezes maior de ter acidente vascular cerebral, parada cardíaca ou morte súbita do que a população em geral”, afirma a médica Janieire. As conclusões do trabalho serão publicadas em maio de 2010 pela mais renomada revista científica de medicina do esporte, a “Medicine & Science in Sports & Exercise”, do American College of Sports Medicine. “É um avanço mundial no conhecimento sobre a utilização desses compostos”, afirma Carlos Eduardo Negrão, que participou da pesquisa.

Os voluntários do estudo foram submetidos a testes de sangue e a exames para medir a capacidade pulmonar e cardíaca de oxigenar o corpo a cada quatro meses. Porém, essa exigência reduziu o número final de participantes. Só 12 fizeram todos os testes. Além disso, dois tiveram morte súbita e um ficou com câncer de fígado. Os exames revelaram uma preocupante redução do colesterol bom (HDL) e o aumento do ruim (LDL) e dos níveis de pressão arterial (leia mais no quadro), o que eleva o risco de entupimento dos vasos sanguíneos cerebrais e do coração.


A cardiologista Janieire também identificou uma intensa mudança no ritmo do sistema nervoso simpático, que regula a contração dos vasos, a aceleração dos batimentos cardíacos e a concentração do hormônio noradrenalina no sangue. Essas modificações aumentam o esforço do coração para bombear o sangue. “Há casos em que os músculos e áreas do próprio coração recebiam apenas 40% do sangue necessário”, diz a cardiologista. 
A associação dessas alterações aumenta as chances de insuficiência cardíaca precoce. O que os pesquisadores não conseguiram saber é se esses efeitos são reversíveis, com a interrupção do uso. “Não foi possível ter essa resposta porque os voluntários voltavam a tomar as substâncias quando sentiam uma perda de massa muscular”, lamenta Janieire.

A “BOMBA” É AINDA PIOR



Nova pesquisa alerta para os perigos dos anabolizantes. E revela que eles podem levar à morte súbita de seus usuários

O efeito dos anabolizantes sobre o coração e o cérebro é muito mais perigoso do que se suspeitava. Pesquisa recente, coordenada pela cardiologista Janieire Nunes Alves, da Unidade de Reabilitação e Fisiologia do Exercício do Instituto do Coração, em São Paulo, revelou que os usuários dessas substâncias têm cinco vezes mais riscos de sofrer um derrame ou parada cardíaca. E que o uso de anabolizantes pode causar câncer e até levar à morte súbita.

Confira, abaixo, a entrevista exclusiva que a especialista concedeu a ISTOÉ Online.

ISTOÉ – Quem participou da sua pesquisa? 
Janieire Alves – Homens com idade entre 18 e 40 anos que tomavam essas substâncias havia dois anos. Para achá-los, eu fui a várias academias, especialmente a algumas em que se sabia serem pontos de consumo regular de anabolizantes, para perguntar quem gostaria de participar da pesquisa. Mas foi muito difícil conseguir voluntários. As pessoas têm muito medo de ser expostas. Eles só aceitaram participar com a garantia de sigilo absoluto de seus nomes. Um dos motivos é a sua participação em competições, pois o uso de anabolizantes é ilegal. Consegui 40 pessoas, mas apenas 12 fizeram todos os testes necessários.

ISTOÉ – Os testes de rotina, feitos por atletas, não detectam os anabolizantes? 
Janieire Alves – Detectam, mas há vários meios de mascarar esses resultados durante o período de competições. Para fazer nosso estudo, por exemplo, a sensibilidade do teste de urina feito inicialmente para atestar o uso foi aumentada dez vezes. Esses exames foram realizados em parceria com a professora Regina Moreau, no Laboratório de Toxicologia da Faculdade de Farmacologia da USP.

ISTOÉ – Como essas substâncias são ingeridas? 
Janieire Alves – Por injeção ou via oral. No grupo estudado, vi que o uso se dá em ciclos. As pessoas tomam por cerca de dois meses, depois param algum tempo e voltam quando sentem que a musculatura começa a diminuir.

ISTOÉ – Algum dos voluntários deixou de tomar anabolizantes depois de conhecer mais sobre os efeitos que essas drogas estavam provocando no organismo? 
Janieire Alves – Não. De todas as pessoas que participaram, apenas três aceitaram receber apoio psicológico para não usar mais. Um deles estava com sintomas iniciais de câncer de fígado, que é outro efeito colateral do uso constante dessas drogas.

ISTOÉ – Os anabolizantes causam alguma dependência física ou psicológica? 
Janieire Alves – Pude observar que a maioria dos voluntários manifesta um transtorno de imagem conhecido como vigorexia. Por mais musculosos que estejam, eles se vêem pequenos e, por isso, precisam ganhar mais massa muscular. É praticamente o oposto da anorexia, em que a pessoa se julga gorda, ainda que isso não corresponda ao peso apontado pela balança ou à imagem refletida no espelho.

ISTOÉ – Qual é a substância mais consumida? 
Janieire Alves – No grupo analisado, o estanozolol. É uma droga injetável, indicada para uso veterinário. Ela é mais consumida por ser mais acessível e de baixo custo. Promove a recuperação da musculatura dos animais. Mas existem dezenas de outras substâncias.

ISTOÉ – A musculatura obtida com anabolizantes é igual a conquistada com muita malhação? 
Janieire Alves – Nosso estudo mostrou que o ganho excessivo de musculatura, o aumento do tamanho do músculo cardíaco e alterações de pressão acontecem também com as pessoas que praticam musculação em alta intensidade, ou participam das competições de halterofilismo, porém em magnitude muito inferior àqueles que tomam anabolizantes. Na população estudada por nós, identificamos que há uma piora significativa da irrigação dos tecidos. Em testes para avaliar a capacidade cardíaca e respiratória, vimos que essas pessoas ganham força, mas não têm condicionamento ou resistência equivalentes.

ISTOÉ – Existe uma dose segura de anabolizantes? 
Janieire Alves - Os anabolizantes são substâncias análogas à testosterona, fabricada nos testículos. Se ela já existe em quantidade suficiente no organismo, doses adicionais inibirão a produção orgânica (natural). A questão é que as substâncias sintéticas não são aceitas da mesma forma que a testosterona natural por outras glândulas, o que inicia um desequilíbrio na troca de mensagens entre os hormônios que regulam os ritmos do corpo. Em consequência, isso leva aos efeitos indesejáveis. Na minha opinião, não se deve tomar se não existe carência provada em exames laboratoriais. O estudo que fizemos fornece sólido embasamento científico mostrando que, para o sistema cardiovascular, essas substâncias são muito deletérias. Elas agem, por exemplo, sobre a glândula supra-renal, estimulando a maior liberação de noradrenalina, que pode aumentar o risco de desenvolvimento de arritmias cardíacas (alterações do ritmo cardíaco), podendo levar até à morte súbita.

15/12/2009 - Revista IstoÉ   Jornalista: Mônica Tarantino