Por Kal Szkalak a Armand Tanny,
vencedor do Mr. U.S.A. e Membro da Weider Research Clinic
A força é o que manda! Com pesos pesados e
superséries, o treino de braços de Kal desenvolveu o poder e o tamanho que o
ajudaram a derrotar os melhores fisiculturistas do mundo.
Eles estavam gritando em Nimes, naquela noite
fatídica do confronto final do Mr. Universe — “Szkal-ak... Szkal-ak...” — e
então veio aquela súbita clareza de que você estava testemunhando um milagre em
progresso.
Kal Szkalak, aquele “Garoto de Ouro” vindo da América, estava eletrizando o
público francês apaixonado e delirante com poses de bíceps de frente, de costas
e de lado. Desde Arnold, ninguém havia visto um conjunto superior tão
impressionante, com músculos tão perfeitamente definidos e volumosos. Isso
confirma uma antiga crença: o carisma não nasce da perfeição, mas sim do desejo
de ser perfeito.
Kal sempre teve receio de suas pernas, mas em Nimes elas estavam em grande forma — coxas enormes e recortadas e panturrilhas decentes. O destaque de toda essa atenção, porém, eram seus braços — e a maneira como ele os treinava revela um vislumbre dos truques por trás de sua “mágica” no palco.
Seu plano entrou em ação dois meses antes do concurso Mr. Universe, quando ele aumentou seus treinos de braço para três vezes por semana. Alguns preferem isso, outros não, mas Kal baseia seu treino de braços na famosa Princípio de Superséries Weider. Durante esse período intensificado de treinamento, ele fazia 16 superséries alternando bíceps e tríceps.
O programa consistia em quatro exercícios diferentes de bíceps e quatro diferentes de tríceps, cada um com quatro séries. O treino totalizava 32 séries.
Com a força e o gosto de Kal por usar pesos pesados em tudo o que faz, esse tipo de treino de braços só pode ser descrito como intenso. As superséries são feitas em ritmo acelerado, e com cargas elevadas, o progresso muscular rompe barreiras e não reconhece platôs.
Ele treina braços logo após o treino de ombros, começando com o rosca direta com barra. Os braços já estão aquecidos pelo trabalho prévio de ombros, o que permite um ataque inicial bastante pesado. Ele combina esse exercício com o tríceps na polia alta. Ambos não sobrecarregam nem bíceps nem tríceps, permitindo um aquecimento seguro e eficaz. Os ângulos mais difíceis ficam para depois.
A rosca direta é feita com os cotovelos junto ao corpo e os pulsos retos durante todo o movimento, que para antes de tocar o deltoide. Mantendo os cotovelos baixos, a barra não encosta nos ombros, preservando a tensão constante nos bíceps. Ele aumenta o peso a cada série, chegando a levantar 180 libras (cerca de 82 kg) para oito repetições. O aquecimento inicial fica em torno de 12 repetições com menos peso.
Sem pausa, ele vai direto para o tríceps na polia alta, com 12 repetições usando um peso de aquecimento razoavelmente pesado. As cargas aumentam a cada série, com no mínimo oito repetições. O descanso é breve — apenas entre os quatro circuitos de superséries — mas não há descanso entre cada exercício de bíceps e tríceps, que é a essência do treino em superséries.
A próxima supersérie consiste em rosca Scott e tríceps testa deitado com barra curva. As roscas são feitas com os cotovelos e mãos um pouco mais fechados que a largura dos ombros. A contração se concentra na parte inferior do movimento, e o movimento para antes de tocar o deltoide. O peso é aumentado até 135 libras (61 kg).
Nos tríceps, os cotovelos permanecem fixos enquanto os antebraços se estendem, sem travar completamente os braços acima da cabeça, mantendo os tríceps sob tensão constante durante toda a série.
A terceira supersérie consiste em roscas inclinadas com halteres e extensões de tríceps em pé com um braço e halter. Ele usa 75 libras (34 kg) nas roscas inclinadas, fazendo oito repetições, e 85 libras (38,5 kg) no halter para o tríceps. As inclinações são feitas—
💪 O SEGREDO DOS BRAÇOS DE KAL
Rosca inclinada com halteres
Extensões de cabo inclinado |
Rotina intensa, técnica precisa e força monumental
Kal é
conhecido por sua dedicação extrema aos treinos de braço. Sua filosofia é
simples: movimentos básicos, máxima intensidade e variação inteligente
na execução.
Durante
suas sessões, ele mantém os cotovelos firmes, pulsos retos e traz o halter
quase até o deltoide, garantindo tensão constante nos bíceps. Nas
extensões de tríceps, o braço permanece perpendicular ao chão, e ele alterna a
posição da palma para variar o estímulo — mantendo o cabo do halter paralelo ou
perpendicular ao piso.
Esse detalhe assegura um bombeamento completo nos tríceps, que respondem
de forma diferente a cada variação.
🌀 Superséries poderosas
O treino
culmina em uma supersérie destruidora:
rosca concentrada unilateral + extensão de tríceps no pulley alto.
A rosca é feita sentado ou em pé, com o tronco inclinado paralelo ao chão e o braço livre apoiado em um banco. A ênfase está na parte superior do movimento — onde o bíceps atinge o pico máximo.
Como prefere pesos pesados, Kal evita girar o punho (supinação) durante o movimento, concentrando-se em contrair o bíceps e o braquial ao máximo.
Uma de suas poses mais impressionantes é feita de lado, com o braço à frente, exibindo um bíceps incrivelmente alto e definido, mesmo com o cotovelo flexionado.
🔩 Extensões precisas de tríceps
Para os
tríceps, Kal usa o puxador vertical com pegada fechada e braços na
altura dos olhos. Ele se inclina levemente para trás, mantendo o cabo inclinado
para baixo.
Os cotovelos permanecem juntos, e o alongamento é sentido na parte posterior
dos tríceps — bem onde se ligam aos deltoides. Mesmo com os braços estendidos à
frente, a tensão nunca desaparece.
📆 Rotina semanal
São 16
superséries, três vezes por semana.
Eventualmente, ele adiciona séries extras de rosca reversa, exercícios com
cabos ou mergulhos (dips), conforme sente necessidade.
Fora do período competitivo, costuma realizar cerca de 20 séries para bíceps
e 20 para tríceps, duas vezes por semana. Durante a preparação para
campeonatos, o volume aumenta consideravelmente — um esforço sustentado e
disciplinado digno de um campeão.
🔥 Aquecimento e prevenção
Mais
recentemente, Kal introduziu aquecimentos com altas repetições até
atingir o ponto de bombeamento antes das superséries. Isso protege os cotovelos
dos impactos dos pesos pesados.
Aos 24 anos, ele brinca dizendo que já sente o peso da idade — mas na
verdade, o que cresce é sua consciência corporal e maturidade no treino.
Seu
aquecimento dura cerca de cinco minutos, passando rapidamente por todos
os movimentos que fará na rotina de braços, com uma barra leve e sem pausas.
Esse processo ativa o fluxo sanguíneo, aquece os músculos e flexibiliza os
tendões.
🏋️ Pesado, sempre
Jovem e
poderoso, Kal é adepto do treino pesado e intenso. Mesmo em músculos
menores como bíceps e tríceps, ele impõe cargas altas.
Após o aquecimento, parte direto para o treino principal, com séries de cerca
de oito repetições pesadas.
Durante o treino, realiza flexões e extensões estáticas, mantendo a
contração até o ponto de ardência para esculpir e definir os músculos — técnica
ensinada por Joe Weider.
🏆 Força de campeão
A força
de Kal é lendária.
Na semana anterior à sua vitória no Mr. Universe, ele registrou uma
marca impressionante: 13 repetições no supino com 440 libras (200 kg).
Um feito que comprova não só potência, mas controle e resistência
excepcionais — o verdadeiro segredo por trás dos braços que fizeram
história.
O poder se manifesta em suas poses. Se há algo que o diferencia de seus
concorrentes, é o imenso poder físico que seus músculos transmitem aos anseios
instintivos do público que o admira. Seus braços massivos são uma parte
importante dessa força útil.
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